Sustentabilidade

O nosso compromisso com uma Política de Turismo Responsável

O nosso compromisso em guiarmo-nos por uma Política de Turismo Responsável começou na Macro Viagens

Uma preocupação que se materializou na forma como desenvolvemos a nossa atividade na Macro Viagens (organizamos viagens mais espirituais e realistas do que turísticas para a Índia e outros países) e que continua agora no Monte do Almo.

Mas, tal como na Macro Viagens, o impacto negativo da nossa atividade não depende só de nós. Depende também dos nossos viajantes / hóspedes.

Por isso, para além de explicarmos as práticas que já adotámos e de partilharmos o nosso Código de Ética Profissional e do Manifesto do Turista Responsável, deixamos também algumas sugestões para que quem nos visite o possa fazer de forma mais consciente e responsável. E agradecemos todos os inputs que nos possam dar.

Certificação BIOSPHERE Responsible Tourism

Tivemos o primeiro contacto com a BIOSPHERE Responsible Tourism em 2018, no processo de certificação da Macro Viagens, com quem começamos esta jornada pelo Turismo Responsável.

Agora, com o Monte do Almo, iniciamos um novo processo de certificação na área da sustentabilidade, adaptado às características de um Alojamento Local.

A BIOSPHERE é uma entidade que certifica as práticas sustentáveis que as empresas da área de turismo fazem, mas – muito mais do que isso – é composta por profissionais experientes de diferentes áreas que nos ensinam e que nos apoiam.

O que fazemos no "monti"

Ecologia:

  • Privilegiamos o uso de produtos locais, orgânicos e nacionais, minimizando os custos para o ambiente e para todos os seres sencientes que advêm das importações, dos transportes, dos processos de industrialização e da utilização de químicos;
  • Valorizamos e respeitamos a natureza e todos os animais;
  • Não pactuamos com atividades de exploração animal: não sugerimos atividades de visita a animais em cativeiro, sejam elas lúdicas ou desportivas, nem fazemos práticas que perturbem a sua vida no seu habitat natural;
  • Não trabalhamos com organizações ligadas à caça desportiva ou a outras atividades que causem sofrimento por recriação;
  • Não matamos nem causamos danos propositadamente a nenhum ser senciente – nem sequer a aranhas, mosquitos, etc. -, nem usamos inseticidas.  Recomendamos aos hóspedes que quando aparecerem esses bichinhos dentro de casa, os coloquem no  exterior sem os matar ou causar danos.
  • Esperamos em breve poder investir em painéis solares fotovoltaicos, assim como num sistema de reaproveitamento de águas pluviais e conseguir reunir fundos para mudar o sistema de tratamento de água da nossa piscina para sal em vez de cloro;
  • Não cultivamos plantas que não sejam adequadas para este clima (por exemplo plantas tropicais que consomem muita água) e privilegiamos as espécies autóctones; 
  • Temos uma micro ETAR para tratamento de águas residuais que no futuro tencionamos que sejam aproveitadas para rega;
  • Sempre que possível rejeitamos plásticos e outros materiais de utilização única (disponibilizamos palhinhas em INOX para os nossos hóspedes, água filtrada, todos os utensílios reutilizáveis, etc.);
  • Filtramos a água para consumo através osmose inversa e lâmpada UV (em vez de cloro);
  • Incentivamos o uso de plantas medicinais em vez de medicamentos químicos (poluentes e tão prejudiciais para a nossa saúde) e fomentamos práticas que potenciam a saúde: disponibilizamos alguns livros de receitas vegetarianas, alguns chás medicinais e alguma informação sobre uma alimentação mais compassiva, saudável e sustentável;
  • Temos caixotes de reciclagem para que os hóspedes possam fazer a correta separação de lixo;
  • Sugerimos aos hóspedes que recolham os óleos alimentares usados num óleão que está disponível para serem transformados em detergentes ecológicos;
  • Incentivamos a compostagem;
  • Para a desinfeção, limpeza dos espaços e lavagem de roupas e louça, utilizamos produtos da  EcoX (uma empresa Portuguesa que faz detergentes naturais a partir de óleos alimentares usados);
  • As amenities que disponibilizamos para os nossos hóspedes são sem embalagens de plástico, em formato sólido, não têm produtos químicos e são produzidas e comercializadas por uma pequena empresa familiar portuguesa;
  • Temos uma pequena horta cultivada segundo os princípios da permacultura, o que contribui para regenerar os solos, para a biodiversidade;
  • À volta da piscina temos um tipo de erva mais resistente do que a comum, que se adapta a este clima e necessita de menos água para se manter;
  • Temos chuveirinhos higiénicos ou bidés em todos os Wc’s e incentivamos a diminuição do uso de papel higiénico (para além de mais ecológico, é mais higiénico);
  • O papel higiénico que disponibilizamos é por norma reciclado;
  • As torneiras dos WC’s e da cozinha têm redutores de caudal;
  • Em cada WC existe um balde para recolher a água que seria desperdiçada enquanto se espera que o duche aqueça e que assim pode ser usada para outros fins (para despejar a sanita, por exemplo);
  • Medimos e esforçamo-nos por reduzir o consumo de água, gás e eletricidade;
  • As roupas de cama e de banho do “monti” foram confecionadas por uma empresa Portuguesa. São peças em 100% algodão brancas ou não tingidas.
  • Todas as almofadas que usamos, assim como os edredons são sintéticos (ou seja, sem penas de animais).

Sociedade:

  • Escolhemos para nossos parceiros empresas familiares que estejam alinhadas com os nossos valores (e incentivamos os que não estão a terem práticas mais sustentáveis);
  • Valorizamos o que é local;
  • Respeitamos as pessoas – as gentes locais -, acolhemos a diversidade e contribuímos para a preservação das tradições e a cultura local – exceto tradições que coloquem em causa o bem-estar de outros seres vivos;
  • Preocupamo-nos em partilhar aquelas que consideramos serem boas práticas de sustentabilidade com todos aqueles com quem nos relacionamos: parceiros, vizinhos, clientes, fornecedores, etc.
  • Damos as boas-vindas a todos independentemente do seu género, origem, religião, orientação sexual, etc.;
  • Fomentamos a igualdade no acesso ao emprego, no trabalho, na formação profissional e na remuneração.
  • Tentamos combater a linguagem sexista, comentários ofensivos e o uso de estereótipos.

Economia:

  • Pretendemos que o nosso negócio seja sustentável financeiramente, para que possamos honrar sempre os nossos compromissos, incluindo os que temos com os nossos fornecedores, prestadores de serviços e parceiros;
  • Não dependemos de instituições financeiras ou de apoios;
  • Não almejamos o lucro desmedido, preferimos estabilidade ao invés de crescimento;
  • Queremos que o dinheiro que gastamos com os nossos fornecedores alimente negócios familiares, de preferência éticos;
  • Preocupamo-nos tanto em praticar preços justos como em pagar preços justos;
  • Incentivamos a economia circular;
  • Acreditamos numa economia de partilha e nesse sentido abrimos as portas da nossa casa, disponibilizamos aquilo que estiver ao nosso alcance.

O que pode fazer como turista (20 dicas práticas)

Repensar, recusar, reduzir, reparar, reutilizar, reciclar, reintegrar, respeitar, responsabilizar e repassar a informação (ufff) são as 10 premissas principais para uma mudança de comportamentos de consumo.

Se mantivermos o foco nestes 10 R’s, que parecem, mas na verdade não são assim tantos, vamos diminuir o nosso impacto negativo no ambiente, nos recursos naturais e nos ecossistemas e por conseguinte na sociedade e na economia.

Em termos práticos, ficam aqui algumas dicas adaptadas ao turismo, mas que podem ser, claro, aplicadas tanto nas férias – que é quando os estudos indicam que temos mais comportamentos prejudiciais para o ambiente -, como no dia-a-dia:

  1. Adote uma dieta vegetariana ou pelo menos reduza o consumo de produtos de origem animal. Mas não se esqueça: baseie a sua alimentação em produtos de qualidade (locais, integrais, sazonais e orgânicos). Isso é muito importante para a saúde e ambiente. Não vale deixar a carne, mas substituir por processados.
  2. Quando for às compras durante as férias, consulte no site A Granel as lojas mais próximas que vendem produtos não embalados. Nesta zona não é muito fácil, mas pode sempre privilegiar os pequenos produtores locais e o comércio tradicional ao invés das grandes cadeias. 
  3. Sempre que possível, consuma orgânico e dê prioridade à comida de verdade.
  4. Sempre que sair para passeios e visitas, tenha consigo um kit com guardanapo de pano, talheres / pauzinhos, palhinha em inox (caso utilize palhinha) e um copo reutilizável. Isto ajuda a poder rejeitar produtos de utilização única.
  5. Troque as garrafas de plástico por garrafas reutilizáveis (não é preciso comprar uma nova, reutilize ou use o que já tem em casa). Encha-a antes de sair e leve-a para todo o lado com chá ou água.
  6. No dia-a-dia tenha consigo alguns sacos reutilizáveis (de compras, mas também dos que dão para legumes e granel).
  7. Tenha atenção à origem do que compra e à forma como foi produzido (apoie empresas éticas).
  8. Faça a correta separação do lixo (em caso de dúvida consulte a Waste APP);
  9. Comece a fazer compostagem durante a sua estadia no Monte do Almo e, se não puder depois continuar a fazer em casa, pesquise na Share Waste onde pode deixar os seus resíduos orgânicos.
  10. Combata o desperdício alimentar, não peça ou compre mais comida do que aquela que vai conseguir consumir em tempo útil.
  11. Procure na OLIO e na 2GoodToGo se alguém tem para  dar (ou a vender) excedentes alimentares perto de si (e dê os seus). Se no final da estadia lhe sobrar comida boa, não deite fora, quando entregar as chaves pergunte se querem ficar com o que sobrou.
  12. Faça compras de souvenirs e presentes de forma mais consciente: compre local, privilegie o comércio tradicional, certifique-se que as peças que vai comprar são de materiais sustentáveis e compassivos (assim como as suas embalagens) e opte por bens duradouros e úteis;
  13. Reduza o consumo de papel ao mínimo (pode, por exemplo, digitalizar em vez de imprimir);
  14. Aprenda a dizer “não”: recuse flyers, cartões de visita, palhinhas de plástico, etc.
  15. Não desperdice água: seja no banho ou até mesmo a água que tem na sua garrafa e não bebeu. Aproveite os excedentes de água para regar plantas, para o autoclismo, etc.;
  16. Respeite todos os animais (até aqueles que lhe parecem mais repugnantes – todos, tal como nós, querem viver);
  17. Não pactue com atividades de exploração animal;
  18. Não leve para casa lembranças da natureza;
  19. Respeite a cultura e tradições locais;
  20. Contribua para a economia local.

Uma mudança realmente sustentável

Nunca poderemos alcançar a paz no mundo exterior sem primeiro alcançar a paz interior.” – Dalai Lama

Todas as recomendações que deixámos até aqui e todas as práticas que fazemos, relacionadas com ambiente, sociedade e economia, são importantes, mas por si só não resolvem nenhum problema de forma perfeita e permanente.

Consideramos que é necessária uma mudança a um nível mais profundo: é necessário olhar para dentro.

Por isso, através dos  retiros e viagens que organizamos, fomentamos o contacto com tradições milenares como o Budismo, que nos poderão dar ferramentas para uma mudança mais sustentável. Acreditamos na importância da educação. Não como a vemos comumente na nossa sociedade, mas como é vista, ainda hoje em dia, em algumas culturas orientais. Uma educação que tem por base a ética, a concentração e a sabedoria, um caminho que pode ser feito através das transmissões de grandes professores de linhagens autênticas. 

Estamos convictos que só através de uma mudança interior sustentável e profunda, pode ocorrer uma real mudança. E que espiritualidade não é tanto o que se vê no Ocidente hoje em dia, mas é, sim, um caminho sistematizado e com bases sólidas e racionais.

“Espero que entendam o que a palavra “espiritual” verdadeiramente significa. Significa procurar por, investigar a verdadeira natureza da mente. Não há nada de espiritual fora. O meu rosário não é espiritual; as minhas vestes não são espirituais. Espiritual significa a mente, e pessoas espirituais são aqueles que procuram a sua verdadeira natureza.” – Lama Yeshe